sábado, 25 de maio de 2013

Brasil cria página na internet para apoio aos brasileiros que viviam no exterior





Por Uehara Yuu
Fonte:Nhk World Press All Rights Reserved


No final de março, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil inaugurou uma página na internet para oferecer informações que ajudem na readaptação dos brasileiros que viviam no exterior e voltaram ao país. Em 2007, cerca de 3 milhões de brasileiros viviam no exterior. Contudo, o número diminuiu em quase 500 mil nos últimos 5 anos.

No Comentário de hoje, entrevistamos a ministra Luiza Lopes da Silva, diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Pedimos que ela nos falasse a respeito dos fatores por trás do recente aumento no número de brasileiros que voltam ao país.

"Desde 2007, nós temos monitorado o movimento de retorno da comunidade brasileira. Ele tem se dado por motivos de crise econômica em alguns países, somado a um maior controle migratório dos imigrantes indocumentados.

Por volta de 2007 e 2008, nós começamos a perceber o retorno de brasileiros dos EUA, quando a crise começou a atingir o país. Por volta de 2008 e 2009 com a crise no Japão, nós começamos a monitorar o retorno dos brasileiros no Japão pela crise. Em 2009, 2010 e 2011, foi a vez da Europa. Nós percebemos um retorno fortíssimo de brasileiros sobretudo da Espanha e de Portugal.

Com essa fluidez de toda a situação, nós percebemos que, a partir de agora, todo momento nós vamos ter contingentes de brasileiros de diversas partes do mundo retornando, muitas vezes porque eles se cansaram da dificuldade ou porque não tiveram condições de se manter".

Q2: Que tipo de assistência o seu ministério oferece por meio da página na internet?

"O que nós fizemos foi juntar num site links e resumos para tudo que nós identificamos. Os serviços para ajudar já existiam, mas não estavam centralizados. Então, ali no site vai ter tudo: o link para o site do Ministério de Trabalho com o portal Mais Emprego do SEBRAE para instruções sobre orientações destinadas a quem quer abrir um pequeno negócio, do SENAE para quem quer fazer um curso de capacitação para indústrias, ou do SENAC para o comércio, ou previdência social ou investimento, por exemplo, como comprar uma casa própria no âmbito de programas do governo. Então, a ideia é isso. É facilitar a vida sobretudo de quem está voltando e de quem já está muito distante da realidade brasileira. Muitas vezes a pessoa está há anos no exterior e, ao chegar ao Brasil, se for procurar sozinho, essas informações podem demorar muito ou podem nem ser encontradas.

Também um motivo que nós aqui no Itamaraty identificamos a importância, a demanda por esse tipo de informação, é que lá fora com a nossa rede consular nós temos testemunhado o fenômeno da "reemigração". Nós encontramos brasileiros que disseram: "eu estava nos EUA e veio a crise. Eu não aguentei e voltei para o Brasil. Mas no Brasil não encontrei emprego, e agora eu estou aqui na Inglaterra". Então, no exterior, nossos consulados perceberam isso. É estranho que voltou para o Brasil, não encontrou emprego e agora está aí indocumentado trabalhando à margem do direito trabalhista. Para nós é também uma maneira de procurar minimizar essa reemigração forçada".

Q3: Que tipo de reação as pessoas tiveram com o novo serviço? Que tipos de desafios ainda existem?

"Nós sabemos por intermédio dos órgãos parceiros que eles estão recebendo muitas consultas. Até a Organização Internacional das Migrações, que foi mencionada no site, porque tem programas do retorno assistido, nos disse que nas primeiras semanas eles receberam vários e-mails de consulta.

Eu acho que o desafio é engajar todos os Estados brasileiros, os governos dos Estados porque, no final das contas, os brasileiros vão voltar para o seu Estado. Então, é muito importante ter a informação sobre programas ali. Nós temos hoje a informação sobre os programas federais e sobre vários orgãos, mas para nós é muito importante que cada Estado tivesse um serviço presencial para que o imigrante possa ir lá e conversar. Esse é o nosso grande desafio, que dependeria de parceria dos Estados para montar um núcleo de acolhimento que também é um contato presencial humano importante para quem volta".

Este foi o Comentário.

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