segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Kamagasaki, a maior favela do Japão




Fonte:Nhk,Ipcdigital
Fila para se conseguir trabalho (Foto: Peter Fukamatsu)
As ruas são asfaltadas, não há esgoto à céu aberto e os crimes envolvendo vítimas fatais são extremamente raros. Para os padrões brasileiros, Kamagasaki poderia ser até um bairro de classe média, mas é considerada a maior “favela” do Japão.

O distrito de Kamagasaki, na região sul da cidade de Osaka, é um conjunto de poucos quarteirões onde moram cerca de 30 mil pessoas, homens solteiros acima dos 45 anos em sua grande maioria. Muitos improvisam pequenas cabanas construídas ao longo do elevado que sustenta as linhas de trem da Nankai, mas o principal lar dos moradores da favela japonesa são os hotéis baratos, que não cobram mais do que ¥800 por noite.

Quem passa de trem pela estação de Shinimamiya durante os meses de verão, pode observar o acúmulo de dezenas de pessoas nas calçadas e parques do bairro. Em meses de inverno, a prefeitura de Osaka disponibiliza alojamentos cobertos para aqueles que não conseguem pagar por um quarto.


Kamagasaki é o último refúgio para os homens de meia idade com problemas. Muitos perderam o emprego, o casamento e a saúde. Outros não conseguem se libertar do vício do álcool e preferem não incomodar suas famílias com a sua dependência. Mais do que um problema social, Kamagasaki é um reflexo de um problema cultural de uma sociedade que condena o fracasso.

A ajuda vem de cristãos coreanos

A comunidade coreana no Japão é constantemente alvo de protestos e críticas pelo “privilégios” recebidos do governo japonês, mas grande parte da ajuda social que os moradores de Kamagasaki recebem vem da comunidade cristã coreana de Osaka. Sem endereço fixo, muitos moradores não conseguem empregos formais e sobrevivem de pequenos arubaitos. Os que conseguem algum benefício previdenciário preferem continuar na região devido ao baixo custo de moradia e a ajuda assistencial dada por entidades, como as igrejas coreanas.

Nos meses de inverno, três vez por semana, a Igreja de Naniwa, que faz parte da Igreja Cristã Coreana do Japão, oferece sopas quentes e onigiris para a população do bairro. A fila, com cerca de 200 pessoas, começa a ser formada horas antes do atendimento, que é feito por uma van em um parque próximo a estação do metrô de Dobutsuen-mae.

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