domingo, 22 de fevereiro de 2015

Comentarista fala sobre os atuais problemas na usina nuclear Fukushima 1


Fonte: Nhk World Press
O trabalho de desmantelamento da usina nuclear Fukushima 1, atualmente desativada, foi interrompido por quase uma semana para testes de segurança. Esta foi a primeira suspensão das obras desde o acidente em 2011. Conversamos com o comentarista da NHK Noriyuki Mizuno sobre a situação na usina em Fukushima.

Ouvimos dizer que aumentaram os acidentes da usina Fukushima 1. Começamos perguntando o que Mizuno sabe sobre o assunto.

Mizuno diz: "Quarenta funcionários ficaram feridos enquanto trabalhavam na usina entre abril e novembro de 2014. Esta cifra é mais do triplo da registrada no mesmo período no ano anterior. O escritório de assuntos trabalhistas de Fukushima emitiu um aviso no começo de janeiro pedindo à operadora da usina que adote medidas detalhadas para a prevenção de acidentes. A Companhia de Energia Elétrica de Tóquio, ou Tepco, que opera a usina, realizou um exercício com os funcionários para confirmar que os procedimentos de segurança estão sendo realizados corretamente. Contudo, um funcionário morreu na terça-feira da semana passada depois de sofrer uma queda de 10 metros dentro de um tanque vazio, durante um trabalho de inspeção. Isso levou a Tepco a suspender quase todos os trabalhos, com exceção dos mais cruciais, como o resfriamento dos reatores nucleares, por quase uma semana, para realizar testes de segurança.

A causa imediata do acidente foi que o funcionário não estava usando um cinto de segurança, e um outro funcionário da Tepco, que deveria estar supervisionando o trabalho, não impediu a vítima do acidente de subir num painel do teto. Os funcionários trabalham sob pressão constante para terminar seu trabalho exatamente dentro do cronograma. Há suspeitas que os trabalhadores possam estar compromentendo os procedimentos de segurança para cumprir os rigorosos prazos."

Por que os funcionários trabalham sob tamanha pressão?

Mizuno diz: "O maior e mais urgente trabalho na usina é como se livrar de uma quantidade enorme de água contaminada. Em setembro de 2013, o primeiro ministro Shinzo Abe disse que a situação da usina nuclear Fukushima 1 estava sob controle, naquele discurso que fez quando o Japão se candidatou a ser o anfitrião dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020.

Naomi Hirose, presidente da Tepco, prometeu ao primeiro-ministro que ia descontaminar toda a água descartada que estava armazenada em tanques até março de 2015. Ele duplicou o número de funcionários na usina para 7 mil por dia. Mas agora a gerência da Tepco está encontrando dificuldade para cumprir sua promessa, em parte devido ao problema com os sistemas de tratamento de água contaminada.

A operadora prorrogou o prazo até o fim de maio. Eu diria que a Tepco deveria reavaliar todos os aspectos do seu cronograma de trabalho. A gerência deveria estabelecer metas que possam ser cumpridas.

O estabelecimento de metas difíceis pode causar atrasos em todo o processo, como ficou demonstrado com esses mais recentes acidentes."

Este foi o Comentário.

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