quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Treinamento em Hiroshima visa proteger a memória dos hibakusha




Por Uehara Yuu
Fonte:NHK World Press All Rights Reserved

O Museu Memorial da Paz de Hiroshima organiza eventos com os hibakusha, como são chamados os sobreviventes da bomba atômica, onde eles contam suas experiências, especialmente para estudantes em visita à cidade. Contudo, o ataque norte-americano sobre Hiroshima completa hoje 69 anos, e os sobreviventes estão envelhecendo.

Há dois anos a cidade de Hiroshima lançou um programa para treinar pessoal que possa repassar as experiências do bombardeio atômico no lugar dos sobreviventes envelhecidos. No Comentário de hoje, conversamos com Mitsuru Nishida, chefe do Departamento de Promoção da Paz Internacional da Cidade de Hiroshima, sobre os esforços do governo local.

Pedimos a Nishida que nos conte um pouco mais sobre o programa.

Ele diz que a cidade de Hiroshima lançou seu programa de treinamento como parte dos esforços para repassar corretamente as experiências da bomba atômica para as gerações futuras. Os sobreviventes do ataque estão envelhecendo, e é preciso preparo para o dia em que todos tiverem falecido. O comentarista explica que por este motivo sua intenção é que outras pessoas possam passar estas experiências e seu desejo pela paz no lugar dos sobreviventes.

O curso de treinamento para os chamados "protetores da memória" dura três anos. Primeiro, os alunos aprendem os fatos sobre o ataque atômico e suas consequências em aulas com professores universitários e outros especialistas. Depois, eles ouvem os relatos dos sobreviventes. A história de cada um dos sobreviventes será repassada por diversos participantes do curso. Eles vão aprender a ler as transcrições e receberão treinamento prático para contar essas histórias. Eles vão também estudar como era a sociedade 70 anos atrás. Atualmente, o curso conta com 160 participantes. O governo de Hiroshima espera que cerca de 100 deles possam começar a trabalhar repassando os relatos dos sobreviventes já em abril do ano que vem. Nishida diz que é encorajador ver estas pessoas cumprirem um papel fundamental no repasse das experiências da bomba atômica para outros no Japão e ao redor do mundo.

Um dos alunos do curso é uma mulher de Osaka nos seus 30 anos que visitou Hiroshima durante uma excursão escolar quando era aluna do primário. Ela disse que não conseguia esquecer a história que ouviu dos hibakusha naquela época, e sentia que jamais deveria esquecer aquela história.

O desafio de preservar as memórias do bombardeio atômico que vão sendo esquecidas não é novo. Desde 1986, o departamento chefiado pelo comentarista vem produzindo vídeos com testemunhos e coletando memórias e desenhos feitos pelos hibakusha para exposição no museu.

Nishida diz que sua equipe gostaria de continuar com seus vários esforços, não somente o treinamento dos "protetores da memória", para evitar que as pessoas se esqueçam do bombardeio atômico.

Este foi o Comentário.

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