sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Terapia para curar sobreviventes da Batalha de Okinawa ajuda os de Fukushima


Fonte:Ipc Digital
Compartilhar a dor pode aliviar. Dois psiquiatras e uma mulher que sofria de estresse pós-traumático pela experiência durante a Batalha de Okinawa participaram de uma conferência cujo relato foi divulgado pelo jornal Ryukyu Shimpo.

Tsuruko Ichihara hoje com 84 anos, tinha 14 quando a Batalha de Okinawa mudou sua vida. Ela sobreviveu, mas as lembranças dos cadáveres que pisoteou durante a guerra a perseguiram durante toda a vida e a impediam de dormir. A mulher também se recorda, ajoelhada, pedindo perdão aos mortos por ter pisado neles. “Sinto muito. Não podia ver nada durante a noite”.

Ela se tornou professora e quarenta anos depois do fim da guerra começou a sentir dor, uma sensação de ardor. Descreve como uma queimação que subia pelos pés e tomava conta de todo o corpo. A causa era desconhecida. Nenhum médico conseguia admitir ou curar seu sofrimento. Aposentou-se e passou mais de 30 anos sofrendo, a maior parte do tempo deitada na cama.

Sua vida mudou, desta vez para sempre, em 2011 graças ao psiquiatra Ryoji Aritsuka. Uchihara se recuperou quando se deu conta que sua dor teve origem na dura experiência que viveu durante a guerra. Conversar com pessoas que sofreram o mesmo a ajudou.

Aritsuka, que também participou da conferência, disse que “os pacientes devem receber um diagnóstico adequado e saber que não estão isolados dos demais. Essas coisas os levaram à cura”.

O médico comparou a situação de pessoas como Uchihara com a de sobreviventes da catástrofe em Fukushima. “Há muitos pacientes que sofrem dos mesmos sintomas inexplicáveis em Fukushima que os pacientes com estresse pós-traumático da Batalha de Okinawa. Alguns melhoraram sua saúde com o mesmo tratamento dado aos sobreviventes da guerra. Os sobreviventes de Okinawa me ensinaram esse tratamento”.

Por sua parte, o doutor Takashi Inada disse que quando ouve as experiências dos sobreviventes que lutam para viver suas vidas apesar do sofrimento na guerra sente “uma certa esperança”.

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